Em um mundo onde jogos de terror costumam apostar em sustos repentinos e atmosferas opressivas, "Home Safety Hotline" emerge como uma lufada de ar fresco no gênero. Desenvolvido pela Night Signal Entertainment, este jogo analógico de terror me fez reviver o tipo de tensão que eu havia esquecido desde meus dias trabalhando em um fast food na adolescência, lidando com a ansiedade de possíveis erros que poderiam ter consequências fatais.
Ambientado em 1996, "Home Safety Hotline" me coloca na pele de um operador de linha telefônica, responsável por atender chamadas sobre emergências sobrenaturais em residências. A premissa é simples: naquela época, todos pareciam capazes de ter uma casa própria, mas junto com ela vinham problemas como mofo, ratos ou uma estranha metamorfose acontecendo no porão.
O jogo se desenrola em um PC de 1996, onde posso verificar meus e-mails, assistir a vídeos promocionais e acessar o terminal de atendimento ao cliente. Ao começar meu turno, recebo ligações curtas de cidadãos preocupados, ouço suas histórias, consulto minha base de dados sobre perigos domésticos, seleciono o problema apropriado com base nas informações compartilhadas e envio um pacote de informações ao chamador.
A mecânica do jogo é inovadora e se afasta dos clichês comuns dos jogos de terror. Não há sustos repentinos ou narração protagonista de suas ações. Em vez disso, o horror surge ao entrever um mundo onde ninfas do espelho espreitam nas florestas para roubar seu rosto ou um portal pode se abrir silenciosamente em seu porão. Quanto mais autorização desbloqueio, mais estranhas as coisas ficam, e essa transição para o bizarro é pontuada por novos vídeos da agência e e-mails perturbadores de um ex-funcionário.
"Home Safety Hotline" é um jogo que pode ser completado em algumas horas. Apesar de sua brevidade, é memorável e singularmente refrescante. A verdadeira beleza do jogo reside em sua capacidade de misturar o mundano com o sobrenatural, criando uma experiência de terror que é tanto uma novidade quanto um retorno ao básico do gênero.
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